Tenho fome
Meus pais estão mortos
por me darem comida
Meus pais estão mortos
por me darem suas vidas
Não há mais nada
A minha existência está já condenada
Olho à outra beira do rio
onde vivem os que tudo têm
Vinherom roubar o nosso
e não nos deixarom rem
Por que nada têm
aqueles dos corações nobres?
Por que tudo têm
aqueles das almas pobres?
Não o entendo
Por que nos abandonarom?
Por que os nossos deuses marcharom?
Acaso… o saibam eles
Os outros sempre querem mais
Nós cada vez temos menos
Por quê?
Publicado originalmente em Novembro de 2004
(…)”Por que nada têm
aqueles dos corações nobres?
Por que tudo têm
aqueles das almas pobres?(…)”
Sorpréndeme gratamente a capacidade de expresión e de compromiso político da túa poesía. Non lembro leer estas cousas pola crunha.
O capitalismo non só é contrario ao socialismo senon que é contrario aos principios morais de toda relixión e tamén, ao conceito de sociedade.
O mais insultante de tudo é a capacidade de mutação das grandes religiões para “esquecer” detalhes que fariam incomodar os grandes capitalistas, neste caso. A vontade de estar sempre perto do poder é o que tem. Cristo seria pobre, mas eles não são parvos…