Um dia um moço como pessoa finou
A sua alma pra sempre triste, só, ficou
Assim era como sempre se viu el’
Pondo sentimentos apenas em papel
Renunciou a uma recuperação
Renunciou a tomar outros difíceis caminhos
Vendo-se sempre como abominação
Renunciou também a dar amor e carinho
Abandonou qualquer solução
Deu por sentado o mais triste destino
Uns pensam que demonstrou coragem
Outros, que sofria de profunda cegagem
A vida é um direito, dizia
Não uma obriga, insistia
Mas pra os que decidírom vivê-la
Mais singela podemos fazê-la
Canto-che nesta noite, Compostela
Canto a esta cidade, meu Santiago
Canto-che porque o meu coração te anela
Canto-che porque o meu coração tens roubado
Nas tuas ruas sinto-me bem
como na casa
No resto do mundo sou estrangeiro
não sei o quê se passa
Sinto o peso dos bardos das idades
que deixarom seu saber nas antigas faculdades
Sinto a vida dos regatos pequenos
que enchem de forças desde os velhos até os nenos
Ouvim berros nas tuas ruas
Exigindo liberdade
O povo desta terra tua
Exigindo dignidade
Se vires chover em Santiago
é dum homem que só pode chorar
Ainda que outros caminhos tomar
de ti sempre estará namorado