Atravessou sem cuidado
desgarrando-me ao seu passo.
Já verei que cona faço
pra amanhar o estropiado.
Archive for the ‘Protesto’ Category
Trova V
Posted in Protesto, tagged Aldraje, Vida on Segunda-feira, 11 Outubro 2010| 2 Comments »
Rebelião
Posted in Canção, Protesto, tagged Amor, Galiza, Identidade, Política, Revolução, Sistema on Terça-feira, 30 Junho 2009| 2 Comments »
Foram ambos os dous pastar
A vaca, o touro, devagar
O touro sempre a abafalhar
A vaca dixo que está cansa
Trabalho arreu pra leite dar
Mas isto um dia vai finar
Levo já um tempo a me cansar
E vou deixar de ser tão mansa
A novela dixo não
Que viva a revolução!
Um dia destes vou deixar
De vos dar cousas pra tomar
O leite agre vai estar
Não comereis os meus filhinhos
Não vai haver mais abstenção
Já é suficiente abnegação
Uma pequena aclaração
Podo morar cos meus vizinhos
A novela dixo não
Que viva a revolução!
Tu, bravo touro, escuita bem
Que quede claro: sou alguém
Estou já farta de desdém
E de sentir-me decaída
Que saibas que vou ir além
Do sentimento de fraquém
E não me vai parar ninguém
Quero viver a minha vida
A novela dixo não
Que viva a revolução!
Publicado originalmente em Abril de 2005
Baseado em La Gallineta de Lluis Llach
Essa poça escura
Posted in Protesto, tagged Ditadura, Silêncio, Tempo on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Caem as figuras
As imagens morrem
Finam estruturas
Os segundos correm
Chegam novos tempos
para o nosso mundo
Mas alguns pretendem
retornar ao fundo
Essa poça escura
Essa vida dura
Povos silenciados
Sonhos acabados
Pai assassinado
Filho passeado
Uma afogadura
Uma ditadura
Publicado originalmente em Março de 2005
A preguiça da justiça
Posted in Protesto, tagged Justiça, Sistema on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Um moço cometeu um erro
que a sociedade rejeita
A cousa já estava feita
Já não servem os berros
Uma injusta justiça
não deixou dar mais passos
Sua fodida preguiça
não trabalhou neste caso
Uma irrisória condena
Apenas pensá-lo me apena
Logo seguem na puta rua
outros que rim na cara
do sistema que controlam
Sabem que por serem eles
não os vai tocar ninguém
Não dá chegado a sua hora
O sistema não fai rem
O rapaz vai irá a prisão
por inconsciente toleria
Outros na casa estarão
por reticente picardia
Nunca te esquecerei
mocinho, coitado
Vítima deste puto sistema
Vítima dos putos advogados
Publicado originalmente em Janeiro de 2005
A vida era sonho
Posted in Protesto, tagged Reflexão, Violência machista on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Um dia topou sem procurar
um amor por que sonhar
Achegou o seu coração
o que foi a sua perdição
Quando pensou que a vida era sonho
despertou no meio do seu pesadelo
Aguentar esse sofrimento
Suportar o maldito tormento
Queria morrer
Finalmente, a sua história rematou
Uma vida que pudo ser, não foi
Ele segue a caminhar hoje pola rua
após roubar uma vida que não era sua
Como cabe numa mente humana assassinar?
Como pode essa emoção numa mente entrar?
Por que possuir o que amas?
Hoje como ontem
Liberdade pràs borboletas!
Publicado originalmente em Dezembro de 2004
Dia de Nadal
Posted in Protesto, tagged Capitalismo, Consumismo, Política on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Celebra connosco este dia de Nadal
Celebra-o connosco e enche o teu padal
Mas lembra que há nenos que não têm comida
Lembra os infernos que são as suas vidas
A nossa festa é tudo ostentação
Termos de tudo fronte à sua privação
Tens de estar ciente desta realidade
E afrontá-la já com muita frialdade
Assim não podemos continuar
Este problema temos de solucionar
Que não haja bocas com fame!
Que nenhuma bágoa se derrame!
Repartamos o que temos
Se quisermos, poderemos
Não à globalização
Sim à repartição
Publicado originalmente em Dezembro de 2004
Algo sem nome
Posted in Protesto, tagged Ditadura, Política, Reflexão, Religião on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Respira-se o silêncio da rua
Vê-se o valeiro do ar
Não ouço rem
Não há ninguém
mas a rua está cheia
Algo impede falar
Algo sem nome
Algo sem rosto
Algo sem corpo
Tem todos ameaçados
todos engaiolados
Começa a falar uma voz
Todos escuitam, temerosos
Alguém alça-se contra a voz
e os outros acabam com ele
Não entendo rem
As mentes não são livres
Os povos são escravos
Mas chegará
Chegará o dia
em que os povos serão livres
Publicado originalmente em Novembro de 2004
Festa nas ruas
Posted in Intimista, Protesto, tagged Mar, Política, Terrorismo on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Festa nas ruas
Canto popular
O que celebramos?
A morte da vida
A morte do mar
Devemos chorar?
Não, devemos berrar
Que se ouça bem alto
O berro popular
Que nunca se olvide
Que nunca se esqueça
o que nos fizerom
Que fique nas nossas cabeças
que as sereias do mar morrerom
Morrerom por coita
de verem seu mar
seu mar destroçado
aniquilado, assassinado
Os criminosos vivem
como se não se passasse rem
Mentem, insistem
E nós perguntamos por quê
Por que aturar estes miseráveis
Por que não cambiar este desatino
Pedir responsabilidades
Podemos mudar nosso destino
Os galegos protestamos
Somos bravos, luitadores
Os galegos não calamos
Os galegos pelejamos
Nunca mais ver o mar morto
Nunca mais termos ar podre
Nunca mais as areias negras
Nunca mais
(13 de Novembro, dia da Dignidade)
Publicado originalmente em Novembro de 2004