Já passou o tempo, meu rei
Lembras, quando o pesadelo vivia?
Lembras o inferno que era cada dia?
Quando vivíamos sempre com covardia?
Lembras quando não podíamos nem falar?
Lembras a aventura que era caminhar
polas ruas da tua vila?
A besta está bem morta
Já passou o tempo, meu rei
Mas ainda não somos livres
Ainda falta caminho por percorrer
Ainda fica muito por fazer
Ainda restam pesadelos por morrer
Só quero esquecer
Mas não podo
Não podo esquecer o meu passado
Não podo ignorar o meu presente
Senão, levarão-me as correntes
Dos tempos ainda não chegados
Olha no horizonte
Onde estão os teus sonhos
Para os poderes acadar
Ainda resta muito por viajar
Não esqueças nunca
Publicado originalmente em Novembro de 2004