Canto-che nesta noite, Compostela
Canto a esta cidade, meu Santiago
Canto-che porque o meu coração te anela
Canto-che porque o meu coração tens roubado
Nas tuas ruas sinto-me bem
como na casa
No resto do mundo sou estrangeiro
não sei o quê se passa
Sinto o peso dos bardos das idades
que deixarom seu saber nas antigas faculdades
Sinto a vida dos regatos pequenos
que enchem de forças desde os velhos até os nenos
Ouvim berros nas tuas ruas
Exigindo liberdade
O povo desta terra tua
Exigindo dignidade
Se vires chover em Santiago
é dum homem que só pode chorar
Ainda que outros caminhos tomar
de ti sempre estará namorado
É quando deixo os teus mares
Quando vejo neve doutras serras
É quando ouço língua estranha
Quando não piso as nossas branhas
É quando deixo as tuas terras
Quando desperto noutros lares
É essa dor no coração
Uma dor que não podo explicar
Com palavras não se pode expressar
Chegar de novo ao lar, essa emoção
Quero na minha terra estar, aginha
Invade-me um sentimento
Alguns chamam-no saudade
Outros chamam-no morrinha
Não dá chegado esse momento
Amor polas gentes, polo ar
Amor pola terra, polo mar