Há sobre a terra um espelho
para ela se observar,
desde o céu acariciar
o seu rosto branco e velho.
Posts Tagged ‘Saudade’
Trova IV
Posted in Intimista, tagged Lua, Morrinha, Reflexão, Saudade, Silêncio, Solidão on Domingo, 10 Outubro 2010| 3 Comments »
Trova III
Posted in Intimista, tagged Morrinha, Reflexão, Saudade, Solidão, Vida on Sábado, 9 Outubro 2010| 2 Comments »
Quer absorver o calor,
enquanto à vida se aferra,
mas já dá sentido a dor
que a matará sobre a terra.
Trova II
Posted in Intimista, tagged Reflexão, Saudade, Silêncio, Solidão on Sexta-feira, 8 Outubro 2010| 1 Comment »
Céu cinzento, está a chorar
nos dedos dos rumorosos
estendidos pra tocar
a paixão do glorioso.
Trova I
Posted in Intimista, tagged Lua, Mar, Reflexão, Saudade, Silêncio, Solidão on Quinta-feira, 7 Outubro 2010| 3 Comments »
Noite sem lua, a chover,
águas silenciosas, frias,
aonde vão todas as rias,
aonde todas vão morrer.
Buscavidas
Posted in Canção, tagged Amor, Emigração, Galiza, Morrinha, Saudade on Quarta-feira, 15 Julho 2009| 2 Comments »
Tomei o barco na Crunha
sem saber o que ia topar,
chorando polo que estava a deixar.
Destino: “América”, punha.
Perdim a terra de visa
e paguei com cinco pesos
um sanduíche ressesso,
ou seja, menu de turista.
O lar em que m’eu criei
fica na Costa da Morte.
A terra onde morarei…
Isso depende da sorte.
Escrito entre 2007 e 2008
Pensamento
Posted in Intimista, tagged Amor, Galiza, Morrinha, Saudade on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Tu, que ficas em terras remotas
Tu, que sabes o que é a saudade
Tu, que és encarnado apatriota
Tu conheces esse sentimento de verdade
Como mente em liberdade
que não sabe de fronteiras
Como intensa afinidade
que aproxima duas beiras
Separa-nos um mar
Junta-nos um lugar
Separa-nos um tempo
Junta-nos um momento
Só tenho de aguardar
para ver-te voltar
Só tenho de esperar
pra fazer-te voar
Publicado originalmente em Março de 2005
Compostela
Posted in Canção, tagged Amor, Galiza, Saudade on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Canto-che nesta noite, Compostela
Canto a esta cidade, meu Santiago
Canto-che porque o meu coração te anela
Canto-che porque o meu coração tens roubado
Nas tuas ruas sinto-me bem
como na casa
No resto do mundo sou estrangeiro
não sei o quê se passa
Sinto o peso dos bardos das idades
que deixarom seu saber nas antigas faculdades
Sinto a vida dos regatos pequenos
que enchem de forças desde os velhos até os nenos
Ouvim berros nas tuas ruas
Exigindo liberdade
O povo desta terra tua
Exigindo dignidade
Se vires chover em Santiago
é dum homem que só pode chorar
Ainda que outros caminhos tomar
de ti sempre estará namorado
Publicado originalmente em Fevereiro de 2005
Na casa
Posted in Intimista, tagged Amor, Galiza, Morrinha, Saudade on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
É quando deixo os teus mares
Quando vejo neve doutras serras
É quando ouço língua estranha
Quando não piso as nossas branhas
É quando deixo as tuas terras
Quando desperto noutros lares
É essa dor no coração
Uma dor que não podo explicar
Com palavras não se pode expressar
Chegar de novo ao lar, essa emoção
Quero na minha terra estar, aginha
Invade-me um sentimento
Alguns chamam-no saudade
Outros chamam-no morrinha
Não dá chegado esse momento
Amor polas gentes, polo ar
Amor pola terra, polo mar
Já estou na casa
Publicado originalmente em Fevereiro de 2005
O tempo
Posted in Intimista, tagged Saudade, Solidão, Tempo on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Às vezes apenas duvido
se tudo será um sonho
de que não podo despertar
A minha vida num suspiro
um suspiro em que morro
e não podo senão afogar
O tempo pode comigo
Nunca, nunca se detém
Inexorável como é
Da minha existência é testigo
Não sei cara onde vou
Apenas sei donde venho
Caminhos que são vidas
Vidas que são caminhos
Estão cheios de cruzes
De múltiplos destinos
O tempo, que tudo nos dá
O tempo, que tudo nos quita
O tempo, estrada maldita
que todos devemos caminhar
Os carreiros têm espessa névoa
que impede vermos os finais
Mas, será que não há destino
Mas, será o tempo quem dirá
Publicado originalmente em Fevereiro de 2005
Polo meu carreiro
Posted in Intimista, tagged Reflexão, Saudade, Solidão on Terça-feira, 30 Junho 2009| Leave a Comment »
Vou só polo meu carreiro
dependendo apenas de mim
Cargo muito peso nos ombros
e por isso muito sofrim
A intensa dor nas costas
As muitas fantasias mortas
Os berros que não saírom
As bágoas que não caírom
Seguirei
Porque este é o meu caminho
Publicado originalmente em Janeiro de 2005